sábado, outubro 30, 2010

True Colors


No eixo VI fiz muitas postagens sobre a disciplina Questões Étnico-raciais na Educação, História e Sociologia. Por ser afro-descendente sempre me identifiquei com o tema. Apesar de não concordar com a forma que foi abordado esse tema procurei participar da melhor maneira possível. Sempre tratei as questões étnico-raciais e a luta contra os preconceitos em minha sala de aula. Creio que quanto mais o assunto for debatido, melhores serão os resultados. Racismo é crime, quando esta lei pegar de fato viveremos numa sociedade muito mais solidária e justa. Acabar com os preconceitos não deve restringir-se a etnia racial, mas também ao preconceito aos portadores de necessidades especiais (outra interdisciplina do eixo VI), aos “feios” (como pretendo relatar a experiência em meu TCC) e toda ou qualquer forma de preconceito geradores do famigerado bullying. Neste ano de 2010, estamos muito mais próximos de concretizar o sonho de Martin Luther King em seu discurso de 1963, mas infelizmente ainda é apenas um sonho que temos que construir para tornar-se realidade. Muito se tem feito e muito ainda temos de fazer. Diga não ao racismo, diga não ao preconceito de qualquer espécie, diga não ao bullying.

Crítica e Autocrítica


Ao rever a interdisciplina Organização e Gestão da Educação, que estudamos no eixo V, destaquei uma frase na mensagem de apresentação do módulo:

“... Isso significa que em muitos momentos precisaremos nos tornar auto críticos e nos posicionarmos sobre as práticas que ajudamos a instituir com nossas vozes ou com nossos silêncios.”

Agora ao escrever meu TCC deparei-me com o a mesma autocrítica. Minhas pesquisas apontam para o fato da escola exercer uma posição dominadora sobre as famílias, procurando impor sua forma de educação sem levar em conta os pais ou os alunos. Tal posição da escola enquanto instituição, e a mim como membro dela, me fez questionar até que ponto eu venho reproduzindo esta ideologia dominante e o que tenho feito para fugir dela. As leituras de Paulo Freire, que venho fazendo de ao longo de toda a faculdade, fazem com que eu tenha uma postura mais construtivista em relação a educação de meus alunos. Procuro fugir das formas prontas e chamar os alunos a participarem da construção de seu aprendizado, valorizando sua cultura e seus conhecimentos. Mas como professora inserida em uma instituição de ensino, sou obrigada ao mesmo tempo a me adaptar ao que é exigido pelos responsáveis pela nossa gestão de ensino. Nossa autocrítica diária deve permear nossa relação com nossos alunos, nossa relação com a escola e sua organização deve ser sempre visando o melhor para os educandos.

Quem tem medo da matemática?


No eixo IV estudamos a interdisciplina “Representação do mundo pela Matemática”, lembro de ter comentado em meu blog que nunca tinha tido boas relações com esta matéria. Todos nós temos preferências por uma ou outra matéria, aptidão para determinadas coisas e outras nem tanto. Para a grande maioria dos estudantes a matemática é um bicho papão. A mais temível das disciplinas! Não deveria ser assim, como vimos nessa interdisciplina a matemática esta relacionada a quase tudo que nos cerca. Nem sempre a notamos, mas se formos verificar ali esta ela com suas fórmulas perfeitas. Foi utilizada até mesmo por pintores que procuravam alcançar a beleza através dos números. Apesar de nunca ter gostado de matemática reconheço a sua importância. Ela é o pilar das ciências exatas. Incentivar o seu ensino é pensar num futuro cheio de aplicações e de desenvolvimento tecnológico. Desenvolver o gosto da matemática em nossos alunos é desenvolver futuros cientistas e engenheiros. Apesar de ter vocação para as áreas humanas, gosto muito da matemática, pena que ela não goste de mim. Mas como professora não posso transparecer esta minha inaptidão, afinal eu sei que esta matéria, como qualquer outra, só requer um pouco de dedicação para ser melhor compreendida. A interdisciplina “Representação do mundo pela Matemática” nos permite perceber como podemos atrair nossas crianças para este interessante mundo. Talvez se meus antigos professores conhecem as ferramentas as quais fomos apresentadas, eu tivesse tido uma aproximação mais amistosa e prazerosa com esta disciplina.

Educar é uma arte!


No eixo III tivemos uma aula sobre o lúdico em nossas vidas. Tanta coisa boa: Artes Visuais, Literatura Infanto-Juvenil e Aprendizagem, Ludicidade e Educação, Música na Escola e Teatro e Educação, além do Seminário Integrador III. Revi meu blog e minha primeira visita ao Tholl, fiquei encanta. Gostei tanto que em 2009 consegui programar para levar meus alunos. Certa vez ouvi um comentário de uma mãe que dizia que eu adorava levar meus alunos para passear. Não sei se foi em tom pejorativo ou elogio. Poderia estar dizendo que os passeios são desculpa para não dar aula (como alguns pensam a respeito dessas atividades) ou que os passeios proporcionam um enriquecimento para meus alunos. Em minha sala de aula todos somos artistas, apreciadores de arte, pintores, artistas plásticos, críticos de cinema, atores e até palhaços, porque não? Para aprender não é preciso fazer cara feia ou ficar restrito ao preto no branco. Comecei trabalhando com as obras do Miró, agora já arrisco até um Renoir. A hora do conto, tem direito a fantasia e pintura no rosto. E para ir ao teatro é uma festa, precedido de muito trabalho para arrecadar dinheiro, conseguir ônibus, reservar lugares. Para trazer as artes para sala de aula, ou levar nossos alunos até ela, não é preciso muito, um pouquinho de boa vontade, uma pitadinha de amor, de paciência e de colaboração. Mas no fim o sorriso de cada um compensa qualquer trabalho despendido. Educar é uma arte.

Ideologia


Nossa trajetória no PEAD iniciou lá no eixo I, neste semestre tivemos uma disciplina chamada Escola, Cultura e Sociedade. Estudamos entre outras coisas sobre a visão da educação em Marx e Engels, e é deles que extraio um resumo registrado em meu blog:

A classe dominante (burguesia) impõem seus valores e idéias como sendo a única visão correta, fazendo com que a classe trabalhadora absorva esses valores e pense como a classe dominante, encaixando-se nesse padrão de vida e se submetendo a exploração. Para eles a educação desempenha o papel de transmitir a ideologia da classe dominante, as regras de funcionamento da escola, seus conteúdos e abordagens só vêm reproduzir a desigualdade na sociedade capitalista. A educação fornecida para os trabalhadores têm o objetivo de reforçar a ideologia da classe dominante como correta e fazer com que se aprenda apenas o necessário e suficiente para lidar com os seus instrumentos de trabalho, disciplinando-os e treinando-os, tornando-os assim "eficientes". Os estudos de Paulo Freire nos alertam sobre o mal da “educação bancária”, lendo Marx diríamos “a educação que agrada os banqueiros”. Como professores devemos nos “auto-policiar” para não sermos reprodutores desta ideologia. Devemos ser críticos e fazer com que nossos alunos tenham posicionamentos críticos. O professor que apenas reproduz o conteúdo que deve ser recebido pelos alunos é um “ditador”, pois impõe o seu domínio sobre desrespeitando a cultura dos alunos. Marx e Engels não eram educadores mas escreveram sobre educação. Criticaram a religião, o ópio do povo, e a sociedade capitalista. Jesus não se envolveu em política e também não era educador, mas seus ensinamentos ficaram na história:

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8: 32)

domingo, outubro 17, 2010

Uma carta aos que estiveram lá...

Oi amigos,
É com muito amor, paz, alegria, satisfação, uma felicidade muito grande e tantas outras coisas tão boas que nem sei descrever, é que escrevo essa carta.
Obrigada aos que estiveram em Gramado/Canela, no dia histórico de 10/10/2010. E as que não foram até lá de corpo presente, mas que o coração estava lá... Coração apertado, com medo de deixar seus “bebezinhos” lindos, fofos e com certeza muito amados aos com certeza muito amados aos cuidados de uma professora maluquinha (e um pouquinho chorona)... Ainda agora as lágrimas insistem em sair de olhos marejados de tanta felicidade.
Tive muito trabalho (acho que perceberam, não?), mas cada minuto, cada segundo, cada milésimo de segundo valeu a pena ao ver nossos* bebezinhos de diversos tamanhos com suas chupetinhas na boca, passeando por lá. (*nossos porque quando vocês os deixam comigo, passo a amá-los como se fossem meus também, isso é inevitável).
Então agora, vai os meus parabéns aos nossos bebezinhos, bebezões e companhia ilimitada. O dia foi 10! E vocês mais, muito mais de 1000. Obrigada pelo comportamento show de bola! Se a “sora” chamou a atenção de vocês ou rolou um “stress”, vocês levaram na boa, de boa. Me deixaram respirar, relaxar, achar o rumo e tocar o barco, afinal eu sou o comandante e vocês minha tripulação. Vocês são uma sementinha que plantei no coração, cuidei com muito amor, tanto amor que um baobá lindo nasceu. Aquela semente pequenininhazinha se transformou em um baobá imenso que vai durar mais, muito mais que 6000 mil anos.
Aos motoristas, amigos, distribuidores de chocolate e a todos outros “anjo” e amigos invisíveis que estavam lá, meu muito obrigada da minha alma realizada e em paz.
Vou contar uma coisa (segredinho), quando cheguei em casa todo meu corpo doía, partes que eu nem sabia que tinha fiquei descobrindo, que existiam, por causa da dor. Mas valeu! Valeu messssssmo!
Não queria escrever tanto, mas não consigo parar.
Só quero que lembrem sempre de duas coisas:
1º O que fiz foi pensando em me promover, não quero cargo na escola, nem sou candidata à vereadora, nem nada assim, só quero realizar um pedacinho (por mínimo) que seja. Sabe qual é o meu sonho? Consertar o mundo! Não o mundão do globo terrestre. Não o Haiti. Não vou rezar pelo Haiti (até posso, porque não?!). Mas a verdade é que quero consertar o mundo e colocar no rosto daquele que está ali do meu lado, esperando desesperado na frente da porta da sala de aula para entregar seu filho àquela professora tão pequenininha, quase do tamanho deles ou até um pouco menor. Mas com um coração imenso dentro e ao redor dela.
2º Sempre, sempre, SEMPRE acreditem nos seus sonhos, corram atrás e peçam que um anjinho passe ao lado e diga: Amém!
Sonhar é preciso, é necessário e acreditar faz o sonho acontecer!
Uns dias antes de irmos até o “local mágico”, uma aluna acompanhada de sua colega e amiga confidente foram até a minha mesa, e então ela disse:
- Sora, depois que formos pra Gramado, vamos ir pra Santa Catarina?
Essa guria “tá loca”! Da onde vou tirar dinheiro pra isso?! (pensamento). Respondi:
- Calma, querida, nem fomos para Gramado e SC é tão longe. Quem sabe mais perto? Mas vamos ver, quem sabe?
E fiquei horas, dias pensando... Essa guria tá doida! E deixei-a sonhar, porque não? Não temos o direito de assassinar o sonho de ninguém! Agora descobri. Ela não é doida. É apenas uma “aluna da professora maluquinha” e está dando seus primeiros passos na arte de sonhar.
Por isso, não se esqueçam de SONHAR!
Enfim,
Obrigada, obrigada, obrigada!
Foi MARA! M A R A V I L H O S O!
P.S.1 Desculpem o atraso!
P.S.2 Sim, foi uma Disneylandia!