domingo, novembro 29, 2009

terça-feira, novembro 24, 2009

O Leitor



Estava navegando pela internet e entrei num blog que recomendava o filme “O leitor”. Segundo a autora o filme fora recomendado por seu professor e ela gostará muito. Como o filme tratava do tema linguagem, resolvi conferir mais de perto. Um resumo muito rápido do filme diria mais ou menos o seguinte: A história conta a vida de um jovem adolescente que tem um envolvimento com uma mulher já madura. Antes de fazerem amor a mulher sempre pede que ele leia para ela. Entre livros e muito sexo os dois vivem um grande romance. Os dois separam-se e ele só vai saber dela anos mais tarde, mas não vou contar o final. A única coisa que vou revelar é algo que parece óbvio desde o inicio: a mulher não sabe ler. E é devido a esta condição que justifica-se determinadas atitudes por sua parte. A vergonha de quem não sabe ler está bem marcada em sua vida. O resto do enredo fica somente na promessa, no meu ponto de vista: não acontece, não desenvolve. Ao contrário da bloggueira, não gostei e não recomendo. Mas porque falar de um filme que não gostei? Porque ele fala muito sobre linguagem, não somente sobre a mais óbvia, sobre as mazelas do analfabetismo, mas também sobre a linguagem cinematográfica. É um filme lento, arrastado, cujo suspense fica apenas suspenso, não tem clímax, não tem um epílogo. O personagem principal não toma nenhuma posição, parece estar sempre em cima do muro, diga-se de passagem, como o próprio filme. A mulher não deixa claro estar arrependida ou não. Seu passado poderia gerar uma excelente discussão, assim como a visão da sociedade da época, mas o filme não toca a fundo no assunto. O enredo não justifica o sofrimento e as frustrações de seus protagonistas. Esta é a minha visão sobre o filme, o que não quer dizer que não seja um bom filme, mas nunca o recomendaria. A sétima arte tem dessas coisas, alguns filmes são amados ou odiados, outros nem tanto. Salvo a excelente atuação do casal principal ( Oscar de Melhor Atriz ), poderia entrar em detalhes sobre algumas cenas para dizer o que vi de errado, mas ai teria que contar o filme e tiraria a curiosidade de descobrir aonde o enredo quer chegar, se é que chega.

sexta-feira, novembro 20, 2009

A Grande Viagem

José tinha cinquenta e cinco anos. Nasceu em São Borja, ali vivia e havia de morrer. Homem simples do interior nunca saíra de seu rancho. Uma vez fora à capital, coisa linda de se ver, mas ficou perdido naquele mar de gente. Dava medo! - dizia aos vizinhos. Zé amava sua terra, mas ouvia falar do mundo e queria conhecê-lo. Não era nenhum guri, porém, coragem não lhe faltava, haveria de conseguir. Se qualquer piá podia, porque ele, índio velho e calejado pela vida não tentava? Estava prestes a terminar sua primeira grande viagem. Escolheu logo de cara dar um passo longo, nada de coisa de jardim de infância, que tamanho nunca lhe dera medo. Para quem nunca sequer deixara o estado, dar a volta ao mundo foi um feito e tanto. FIM, o primeiro de muitos, fechou o livro. Estava terminado, na capa destacava-se o título: A viagem ao mundo em 80 dias.

Esta história é fictícia, mas se repete todos os dias nas diversas salas da EJA espalhados por aí. Ainda existem muitos Josés querendo aprender a ler, almejando um mundo que até então lhes é vedado. A alfabetização é apenas a primeira “viagem” nos caminhos da aprendizagem. E ainda existem muitos viajantes e praias a serem descobertas, e é com o mesmo orgulho do Zé que faço parte deste processo.

domingo, novembro 08, 2009

Tholl, Imagem e Sonho

Para tornarmos nossos sonhos realidade é preciso um pouco de esforço e muita imaginação. Esforços reunidos, sonho concretizado. Aquilo que parecia tão longe finalmente tomou forma... e cor... e imagem. Tínhamos agora, a possibilidade de levar um grande grupo ao teatro. O ônibus, depois de muita negociação e outras procuras, foi fornecido com verba da escola. Projeto em mãos, verba liberada, ingressos comprados. O sonho toma forma. O título do espetáculo já diz tudo THOLL, IMAGEM E SONHO, um sonho compartilhado e realizado. Curtam agora um vídeo com os melhores momentos dessa linda aventura.


sexta-feira, novembro 06, 2009

Trocam-se caixinhas por ingressos

Com um sonho na cabeça, a dura realidade nos dizia:
- Precisamos do dinheiro para os ingressos.
Alguns conseguiram com os pais e parentes, a outros cujas finanças não lhes permitiu, permaneciam as esperanças. Tive a feliz idéia de confeccionar caixinhas artesanais de MDF, para vendê-las e assim adquirir mais alguns ingressos. Mãos a obra, ou as tintas, foram feitas doze caixinhas que poderiam ser “trocadas” por ingressos. Agora, faltavam os compradores. Nossa campanha tomava o rumo certo! Graças à colaboração de amigos. Pois quem mais que nossos amigos, para nos fazerem acreditar e nos apoiarem? Por isso, não devemos nunca esquecer de agradecer a nossos amigos e os familiares. Fiz um pequeno vídeo com as caixinhas, cada caixinha representa um ingresso, cada ingresso representa um “padrinho” ou “madrinha”, cada ingresso representa um sorriso de uma criança feliz.