domingo, dezembro 16, 2007

Ensaio da apresentação de Natal

Nas últimas semanas estamos, eu e meus alunos da quarta série, ensaiando um teatro para a apresentação de Natal da escola e a música Boas Festas, de Assis Valente.
Desde a atividade da disciplina de teatro que estou tendo muitas surpresas com meus alunos, e com essa peça teatral, chamada "O Natal Feliz de Joaninha", as surpresas só aumentaram, descobri crianças que simplesmente nasceram para interpretar. Fiquei surpresa com isso, com uma aluna em especial, que estava sem vontade nenhuma de estudar, passando por problemas terríveis na sua casa, que só depois vim a descobrir. Essa menina se encontrou no teatro, encontrou uma maneira de se expressar, de sair daquela depressão em que estava.
Sempre amei fazer teatro, já havia feito algumas vezes na sala de aula, mas nunca com um respaldo teórico e penso que isso fez a diferença.
Com todos os ótimos resultados que obtive esse ano penso em nunca mais deixar fora da sala de aula essa arte!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Nota Azul


A música surge nas nossas vidas de maneira tão genuína, que não nos damos conta, como diz no texto “De quem é a música”, escutamos desde a metade da gestação. Já lá na primeira morada escutamos o dum-dum-bati-cum-dum do coração de nossa mãe. Por mais alguns meses essa será a trilha sonora da nossa vida.
Ouvir é um ato mais intrínseco do que enxergar, podemos cobrir os olhos, fecha-los e deixar de ver, mas não conseguimos deixar de escutar sequer por um minuto.
Na aula presencial exploramos o ritmo. Cantamos “Escravos de Jô” e representamos a canção com os nossos corpos, através dos nossos corpos procuramos encontrar o ritmo, a cadência perfeita entre corpo e canção.
Depois transformamos uma poesia em música. Achei a atividade deliciosa, inteligente e transformadora, não apenas pelo fato de transformar poesia em canção, mas em transformar pessoas comuns, professores, no caso, em compositores.
Cantar também é recordar e essa também foi uma das atividades da nossa aula prática. Deliciosamente cumprida, lembrei das manhãs de domingo, as quais eu sempre acordava com o som de algum LP do meu tio a tocar. E ele tinha muitos e variados bonachões negros. Lembro do Chitãozinho e Xororó novinhos, cabelos compridos, rapidinho virou moda. Eles catavam “A Majestade o Sabiá”. E Bezerra da Silva, o eterno malandro, apertando, mas deixando pra acender depois. Eu cantava, mas não entendia, muitos anos se passaram e só depois vim, a saber, o que aquele senhor de setenta e poucos anos tanto apertava.
“Entre tapas e beijos” entrei na pré-adolescência, começava aí minhas histórias de amor. Em mil novecentos e noventa e um, num dia ensolarado de inverno fui passear em Gramado com minha turma da escola, e com o hit “Não olhe assim” tive minha primeira história de amor. Não passaram de olhares e rostos corados, mas pra uma guria de doze anos isso já dá pano pra muita conversa e tititi.
Aos quatorze anos comecei a querer protestar, uns dos primeiros protestos, Lôraburra. Indignei-me com a "In(Dig)Nação" do Skank. Virei fã de carteirinha dos caras. Ritmo, rima e muito que dizer, era isso que esses mineiros tinham. Fui ao morro da mangueira com eles e com a Jackie, pedi esmola, pedi emprego, protestando ao Brasil. Revivi os hit’s de meus pais com “É proibido fumar”. “Te ver e não te querer, é improvável é impossível” ou será ouvir?
Aos quinze, bailei o Danúbio Azul, ensaiando para o dia D virar mocinha, escolhi Kenny G e seu saxofone para introduzir-me à sociedade. Por que Kenny G e seu saxofone? Porque eles são mágicos e fizeram-me molhar os lençóis de tanto chorar com o filme “Tudo por Amor”. Troquei o sax do Kenny G pelo do George Israel, não perdia um show do Kid Abelha, “humm eu quero você como eu quero”.
“Com passos de formiga”, mas com muita vontade segui. Chorei por amores febris com a voz suave da ex-integrante do Trem da Alegria, Patrícia, que havia virado Max. Então descobri “Malandragem”, Cássia Eller, encantava todo mundo com seu jeito rebelde-carente, parecido com aquele moleque da década anterior, poeta cosmopolita, “Exagerado”. Ariano e carente, como eu. Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, apelido que herdou do avô assim que nasceu. Esse cara não poderia faltar. Lembro da primeira vez que o vi, tinha meus nove anos, orelhas de Mickey clamavam por “Ideologia”. Depois pediu pro Brasil mostrar a cara! Falou da doença, emagreceu, mas nunca perdeu o brilho, aquele olhar maroto que mesmo com tanto rebeldia não deixava de aparecer. Não posso dizer que deixou uma legião de órfãos, porque era jovem demais, mas certamente deixou muitos irmãos caçulas e mais velhos com muita saudade. Ainda bem que a música é imortal!
“É tão estranho, os bons morrem jovens, assim parece ser quando me lembro de você”, um tempo depois Renato Russo partiu. Onze de outubro de mil novecentos e noventa e seis, saída do colégio. Rumar para casa. No caminho escutei alguns hit’s da Legião. Cheguei em casa correndo, liguei o rádio e BUM. Aquela notícia atingiu-me como um tiro de fuzil: Renato Russo morreu. “Parece cocaína, mas é só tristeza”. E assim como João Roberto, eu só tinha dezesseis, era difícil aceitar. É difícil perder, ainda mais nessa idade, ainda mais pra essa tal de SIDA, que levava nos braços mais um dos meus heróis. Não foi overdose, meus heróis morreram com AIDS.
“E aquele adeus não pude dar. Você marcou em minha vida. Viveu, morreu na minha história”. Arte é interessante, porque artista é visionário. Tem artistas que morreram antes do nosso nascimento e mesmo assim marcam a nossa vida. Música ultrapassa fronteiras, não liga pra idioma. A música é como uma Torre de Babel, não precisa conhecer o idioma pra entender seu significado. Não sei ao certo quando conheci Elis, quem sabe não foi no útero materno. A Pimentinha! Pimentinha nada, malagueta das mais “quentes”, como diriam os baianos. Amo a voz da Elis, emociono-me até um último fio de cabelo. A Elis não tinha só voz, tinha personalidade, irreverência, ela era uma mulher a frente da sua época, como toda artista. Cantava com a alma e se entregava por completo, uma artista completa, técnica e sentimento personificado numa mulher de pouco mais de um metro e meio. “A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar”, faz vinte e cinco anos que ela partiu. Não está mais fisicamente entre nós, mas continua nos ensinando que “viver é melhor que sonhar”.
Nem só de hit’s musicais vive a música, existem os jingles. “Pipoca e guaraná que programa legal, só eu e você que sede que dá...” Antártica! Pipoca, nada, eu quero chocolate! “Chocolate, chocolate, eu só quero choco...late! Não adianta vir com guaraná pra mim é chocolate o que eu quero beber.” Assim cantava Tim Maia, o síndico mais famoso do Brasil. A forte influência do soul na música, o ritmo contagiante, durante os anos setenta sacudia as pistas na geração Disco. Ainda hoje suas músicas fazem sucesso. “A semana inteira fiquei esperando pra te ver sorrindo, pra te ver cantando”. Como não cheguei a tempo pra dançar na Disco com o Tim, resolvi dançar ao som da “Colombina”, com seu sobrinho Ed Motta. O mesmo swing, a mesma voz rouca e grave, mas com uma pitada de responsabilidade ao bel prazer da arte.
“Por ser exato, o amor não cabe em si, por ser encantado, o amor revela-se, por ser amor invade e fim.” O amor me invadiu, tomou conta de todo meu corpo, preencheu minh’alma, e transbordou. Djavan me inspirou a escolher essa música para o ser o tema de uma história de amor que eu não tinha. Escolhi, intitulei, e quando menos esperava entrei o amor num dos lugares pouco prováveis. Estava eu numa sala de bate-papo do Terra, com o nick SuavePétal@, quando conheci o mau_22. Batemos papo, trocamos icq, batemos mais papo, marcamos encontro, nos desencontramos, papo vai papo vem, e bem, imaginem o que aconteceu... Numa bela noite de julho, o mau_22, cantou pra mim assim: “Um amor tão puro que ainda nem sabe a força que tem é teu e deu mais ninguém. Te adoro em tudo, tudo, tudo quero mais que tudo, tudo, tudo.Te amar sem limites viver uma grande história.” Essa história dura até hoje, houve um rompimento de três anos, mas ainda assim o amor resistiu e resisti até hoje. Salve Djavan!
Música é vida, vivemos cercados por ela, “mais do que a possibilidade de escutá-la a música nos permite sentir que somos escutados, em um ponto onde a mensagem do outro se torna nossa própria palavra”, porque sempre existirá uma canção que se encaixa perfeitamente naquele momento em que estamos vivendo. Nós, como atores e diretores do nosso longa metragem, estamos sempre selecionando novos hit’s e voltando a fita daquelas músicas que embalaram nossos sonhos, frustrações, medos, vitórias, enfim, estamos o tempo todo construindo uma trilha musical pra história da nossa vida.
A música é minha. A música é nossa. Porque o artista quando arranca do seu ser a música doa pra humanidade. Pra que façamos dela, nossa. Todo artista procura em cada música a “nota azul”, quanto mais ela se aproximar de nós, melhor ela será.
A música é uma cidadã universal, que tem direitos autorais, o artista a compõe e a atira no mundo. Desejando que muitos a desejem. Assim como as mães, que dão a luz aos filhos com dor e prazer. Assim como diz o poeta da Tropicália, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, a mãe da criança ou o pai da arte conhecem a dor de concebê-la, mas sabem que o resultado é saboroso. Vale o esforço, vale a dor. Viva a música, a arte da vida!

terça-feira, dezembro 04, 2007

Nosso amigo Assis


Semana passada realizei com a minha turminha de 4ª série a atividade da Música Popular Brasileira. Trabalhamos com o ilustríssimo Assis Valente. Que história de vida! Cantamos, batemos palmas, pés e sacudimos o corpo todo à procura da "batida perfeita". Rimos, descontraímos e desestressamos geral.

Essa atividade foi parecida com a do teatro, a qual deu origem ao Inventário Criativo, utilizamos bastante o corpo e a expressão vocal.

Todos os anos a nossa escola realiza uma grande apresentação de Natal. E como nossos dois trabalhos foram muito significantes, não conseguimos escolher apenas um, resolvemos apresentar uma peça teatral e a música do Assis Valente, que tem tudo a ver com a nossa peça. Estamos no maior ritmo de ensaios e pensando no figurino.

Está ficando bem bacana, desejem-nos MERDA!

terça-feira, novembro 27, 2007

Elas perderam suas asas, mas não sua coragem e seu ideal


Ontem assisti a um filme lindo, porém triste. Tempo de borboletas, com a maravilhosa Salma Hayek, no papel de Minerva Mirabal. O filme conta a história das irmãs Mirabal, mulheres revolucionárias, que lutavam pelos direitos do seu povo durante o governo trujilista. Elas foram presas e torturadas diversas vezes, até que o ditador mandou matá-las, no dia 25/11/60.

Trujillo acreditou que havia eliminado um grande problema, entretanto, o assassinato teve péssima repercussão. A morte das irmãs causou grande comoção na República Dominicana e levou o povo a ficar cada vez mais inclinado a apoiar os ideais de Las Mariposas (As Borboletas, como eram conhecidas). Esta reação contribuiu no despertar da consciência do povo, e culminou no assassinato de Trujillo em maio de 1961.

Em 17 de dezembro de 1999, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou que o 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Relatos de Experiência



Adorei essa postagem por falar de um encontro que trata sobre a questão da informática, a nivel nacional. Isso é muito bacana. Além do mais a Eliana, que foi quem mandou o e-mail para a lista de discussão teve a mesma sensação que eu tive quando vui na Bienal, no Santander e vi o trabalho do Jorge Macchi, ter orgulho de ser humano e perceber as maravilhas que somos capazes de criar, esqueci (assim como ela), por uns minutinhos as barbaridades que o mesmo ser humano é capaz de fazer, bastava ir no outro espaço da Bienal, no cais do porto, e ver aquelas atrocidades.

A Eliana fala das sementes, que a Bea e a Íris estão plantando, tudo a ver conosco, senti-me um brotinho, crescendo a cada dia, chegará o dia em que serei uma bela flor de lótus...

Sobre as questões levantadas, é reconfortante ter a consciência que muita gente nesse país, acredita na educação e na mudança, e por isso busca algo mais.

domingo, novembro 18, 2007




Nessa sexta-feira, dia 16/11, tive a imensa felicidade de ser aprovada na prova prática de direção, finalmente!!!
Estou comemorando desde o momento que o examinador me deu PARABÉNS!!!
É uma grande conquista, por isso quero compartilhar ela com todos vocês!
Ah!!!! Revendo umas fotinhos de minha infância, vi que já levava jeito com o volante...há há há...


terça-feira, outubro 23, 2007

Delícia de semestre!!!

Sou amante das artes, da nossa parte que transforma a vida em poesia, em música, em imagem, enfim dessa transmutação do cotidiano em algo maior. E prá meu deleite, esse semestre a arte está "bombando" em todos os lugares. Não sou de crer em acaso, mas esse tal menino intrometeu-se no nosso curso. Vejam que além de Porto estar muito, muito mais Alegre, com tanto arte pela cidade, o nosso amado PEAD também está. As disciplinas deste semestre são simplesmente maravilhosas, novos olhares sobre a importância da arte e seu uso em sala de aula.

Em setembro fui à Bienal com meus alunos, eles simplesmente amaram. Jorge Macchi é um artista impressionante, transforma tudo em música, música visual, bacana demais. O que é aquela fonte??? Jorram-se raios musicais de várias cores sobre simples tigelas velhas, que poderiam estar furadas e ser um entulho em casa, mas que com outra perspectiva vira arte, digna de estar num museu de arte como o Santander Cultural. Percebemos que a arte é algo simples, podemos utilizar materiais como sucatas, madeiras velhas, como o caso do Francisco Matto, ou até mesmo barro na parede como o já citado Macchi. Então fui até o Cais do Porto, e felizmente-infelizmente vi os horrores da guerra. Digo felizmente, porque temos que ver isso, não podemos ignorar essas atrocidades que o ser humano, ser racional, é capaz de fazer. E logo em seguida vi imagens lindas numa tela enorme, que um outro ser humano, portanto, também racional fez. E isso serviu para pensar o ser humano é capaz de tanto coisa, por que optar pela tristeza, pela dor, pela infelicidade? Arte, não é só poesia, música bonitinha, arte é questionar-se a todo momento.

Ainda no mês de setembro, tive a imensa felicidade de ir a duas apresentações do Circo Tholl. Já assisti muita coisa, já fui em apresentações diversas, mas o Tholl é algo inexplicável. É lindo do começo ao fim, é emocionante! Saí do Salão de Atos levitando, estava leve, feliz, encantada com o visual, com as músicas. É a inteligência humana a serviço do bem-estar da humanidade.

As disciplinas desse semestre têm dado um trabalhão, é trabalho e mais trabalho, num prazo relativamente curto, mas vale a pena cada segundinho de trabalho, faço com um prazer enorme.

O que dizer sobre minha transformação?

Estou com uma borboleta, feliz da vida, metida entre tanto arte e cultura. Estou mais leve, a alma quer explorar muito mais cada uma dessas obras de arte: Artes Visuais, Literatura Infanti Juvenil e Aprendizagem, Ludicidade e Educação, Música na Escola, Teatro e Educação e Seminário Integrador III.

domingo, outubro 14, 2007



Na sexta-feira assisti ao programa Conversas Cruzadas, com a Tânia Carvalho, na TV COM, em que estava a Profª Neusa Sá. Falaram sobre o filme Happy Feet. Há tempos estava afim de assisti-lo, mas com a correria do dia-a-dia fui adiando a sessão. Quando terminou o programa corri na locadora e peguei o DVD.
Valeu a pena! O filme é lindo, o Mano, é adorável. Esse filme tem tudo a ver com as disciplinas que estamos trabalhando esse semestre. Fala do amor do pinguinzinho pela dança. E da importância da música na vida daqueles pingüins! Mano é um filhote de pingüim que "foge" dos padrões, ele gosta de dançar, já nasceu com esse dom, mas precisa aprender a cantar, prá descobrir a "sua música" e conquistar o seu grande amor.
Happy Feet, das diferenças, de auto-conhecimento, de família, da sociedade que muitas vezes exclui e acaba com os sonhos dos indivíduos, mostra uma escola que não aproveita as potencialidades de alguns alunos, porque busca o "aluno ideal", aquele que se encaixa no currículo estático escolar, fala principalmente da força interior e do amor.
Aqui fica a dica de cinema!

sexta-feira, setembro 28, 2007

segunda-feira, agosto 13, 2007

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Inventa... O quê?
Inventa... Quem?
Inventa...Por quê?
Inventa... Como assim?
Inventa... Vários!
Ah...inventários

terça-feira, julho 31, 2007


Nem só de torturas vive o pessoal do PEAD, ops, quero dizer, nem só de trabalhos e prazos vivemos...
No sábado aproveitei MEUS últimos minutos de "férias" COMIGO!
Aproveitei a sessão gratuita do Clube do Professor e assisti a Saneamento Básico, O Filme.
Entrei na sala de cinema, sem muito animo, apesar de adorar o Jorge Furtado, a Fernanda Torres e A M A R o Wagner Moura. Ando meio desanimada, não sei porquê, afinal de contas isso é novidade pro pessoal do PEAD/Alvorada.
Buenas, vamos ao filme! Ele é bárbaro... Ri do começo ao fim! O elenco é perfeito, a fotografia dez, a trilha sonora um espetáculo a parte. Há muito tempo não assistia uma comédia tão hilária, de um teor totalmente cotidiano, várias vezes revi ali, naquela sala cenas onde a Marina (Fernanda Torres) representava-me. No Joaquim, marido da Marina, vi meu marinado (marido+namorado), e assim por diante. Ah! Não posso deixar de mencionar o Paulo José, está bárbaro. A Pitanga, amadureceu. Está dando um show no filme, engraçadíssima. Enfim, pessoal, recomendo! Tirem um tempinho prá vocês e assistam! Ah! Quem ainda não tem a carteirinha do Clube do Professor, aproveite e faça a sua, é totalmente gratuito! As sessões são sempre as sábados, por volta das 13 horas. Está dada a dica!

sexta-feira, julho 20, 2007

Oi! Como vai? Tanto tempo? Quanta saudade! As coisas aqui vão bem, mas é tão difícil amadurecer, lembra no nosso tempo tudo era mais fácil. Que saudade! Às vezes, fico pensando porque, no principio, não gostava de ti. Acho que era medo, insegurança ou será uma lance ancestral? Transcendente? Hoje, arrependo-me de não ter aproveitado melhor o “nosso tempo juntas, aqui”. Lembro do dia que puxou papo comigo, graças ao Che! Salve Che! Recuei! Mas tu sempre seguras de si, mostrou-me que estava errada!

Nossa excursão pra Três Coroas! O cuecão de neoprene! Rafting! Aventura! Muitas risadas! Foi aí que conheçamos a nos conhecer, conversamos bastante e descobrimos tantas coisas em comum. O Timão e o Pumba! Estava formada a dupla de sucesso! Pra sempre juntas!

Nosso reveillon na praia! Tramanda Beach! Tropical Rock Café! Mola Envenenada! Muita dança, muita festa! Muita alegria!

Lembra aquela tarde de janeiro na sorveteria??? Verão de 2002... Confidências daqui confidências dali... Falávamos do Mau... Perguntou-me se eu queria casar com ele?! D’um jeito só teu! Rimos! E concluímos, que eu deveria aproveitar... Pois é amiga, tu deves saber. Aproveitei bastante, depois terminamos, aproveitei muuuiiito, tive vários outros paqueras, e depois de três anos voltamos e resolvemos morar juntos. Incrível, esse tal destino.

Conforme o tempo passa as lembranças vão se apagando, mas jamais vou conseguir apagar, a imagem da minha festa de 22 anos, quando cantamos, junto com o Walter “Giz”. Grandes amigas merecem grandes músicas, escolhi essa pra ser a nossa. Sei que irá gostar da escolha.

Ah! Depois disso teve a viagem pra cachoeira! Muita estrada, muita poeira, umas pontes no caminho e várias risadas! Foi tão bacana, né?! Viver lado a lado com os “neandertal”. Uma experiência única! Isso não é pra qualquer uma, não! Boas lembranças... Saudade! Saudade! Saudade!

Agora, eu entendo porque aconteceu aquele monte de coisas chatas e fostes embora da escola, senão fosse assim, seria pior agüentar a dor...Natal de 2002! Teu presente! Lembra das palavras que escrevi? “Não és uma estrela comum, és uma estrela cadente, que quando passa faz todos se iluminarem, mas que passa rapidamente...e deixa saudade.” Era verdade. Depois fomos descobrir isso... Viu, como sou bruxa mesmo? O livro vai virar filme, sabias? Fiquei sabendo outro dia quando assistia o canal Cine Brasil. Quando sair, vou à estréia e vou lembrar de ti, tomara que o Werner Schünemann seja um dos atores, só pro teu deleite. Lembro que gostavas dele.

Depois Tramanda Beach, nossa despedida!

É isso!? Passou tão rápido? Foi tão intenso!

Ah! Deixe-me falar as novidades... Então, como já falei, estou morando com o Mau, o Hermes ganhou um irmãozinho, o Thor, tu irias amar! Ele é foférrimo! Ainda não me formei, mas estou estudando, na UFRGS! Bacana, né?! Sabe? Tu me inspirou horrores, quero fazer um pós na tua área: história. Não sei ao certo ainda, algo sobre negros (descendentes de quilombolas) ou indígenas, estou amadurecendo a idéia. É amiga, “e mesmo sem te ver, acho que até estou indo bem...” As coisas por aqui mudaram, mas a essência, não. Continuo amando meu trabalho. Hoje trabalho com quarta série, assim como tu trabalhavas. Amo a quarta-série. Lembras que eu tinha medo dos “grandões”? Que nada, descobri que são uns amores mesmo!

“Quero que saibas que me lembro, queria até que pudesses me ver”, sei que podes me ver, mas porque eu não posso? Às vezes lembro dos “sonhos” em que nos encontramos, mas são sempre “flash”. Faço das palavras do Renato Russo minhas, “és parte ainda do que me faz forte, pra ser honesto só um pouquinho infeliz”. Sempre será minha inspiração quanto profissional e ser humano, mesmo distante, sinto tua força e tento enviar a minha. Até porque não existe distância quando somos espíritos afins e nos queremos bem. Te amo, Jú, um beijo imenso nessa cara linda!

“ e é de ti que não esquecerei”

Com eterno amor, Chai!

quinta-feira, julho 05, 2007

Serafinas ...

Com tantas leituras e filmes, esqueci de comentar um livro ótimo sobre trabalho infantil. Descobri esse livro ano passado ao discutir com meus alunos da 4ª série o problema do trabalho infantil. Debatemos bastante, buscamos matérias diversas, filmes e um aluno trouxe o livro " Serafina e a criança que trabalha". Esse livro é bacanérrimo, tem uma linguagem própria para as crianças, tras o relato triste, mas verdadeiro de outras crianças, tem fotografias lindas (apesar de sofridas), mas enfim, esse livro mostra bem a realidade de algumas crianças.
Dei uma rápida olhada na net e encontrei entrevistas com as escritoras, vale a pena conferir.

Iolanda Huzak
Cristina Porto
Um pouco mais sobre o livro...

quarta-feira, junho 13, 2007


Para minha paixão inviolável:
É incrível a nossa história
Sem nenhuma prova concreta
Só palavras que voam com o vento
Imagens que eu guardo na memória
Um segredo inviolável
De uma paixão inflamável
Mas que nunca, nunca incendeia
Nem em noite de lua cheia
Às vezes passo dias inteiros
Imaginando e pensando em você
E eu fico com tantas saudades
Que até parece que eu posso morrer
Pode acreditar em mim
Você me olha, eu digo sim
Mas eu nem sei se sofro assim
O que eu quero é você pra mim

terça-feira, junho 12, 2007



As sem Razões do Amor
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça

e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, junho 04, 2007

Quero o verde... onde cresce a esperança

Quero deixar aqui minha homenagem ao Dia Internacional do Meio Ambiente, escolhi essa declaração porque tem tudo a ver com o meio ambiente, e com esses animais tão irracionais que somos. Sábias palavras do Thiago de Mello, só podia o "cara" é Mello.

Os Estatutos do Homem

(Ato Institucional Permanente)

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Thiago de Mello

segunda-feira, maio 21, 2007


Finalmente terminei a página da sala de aula...tá certo, quero dar mais uma caprichadinha aqui e ali, mas a parte mais difícil de todas: os benditos gráficos que eu queria inserir...CONSEGUI!!! Foi complicado, mas quem tem colegas, amigas (marido de amigas tb, viu Lu) e profês como as do PEAD, sempre consegue!

Valeu pessoal!!!

Confiram lá no meu wiki!!!

Muitos Nhac's e uma Ótima Semana!

domingo, maio 20, 2007

"Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros."

domingo, maio 06, 2007

Carma, Chaine! "Carma"!


Nossa! Estou pagando todos meus pecados, com esse tal de Freud!

Esse "cara" não criou a psicanálise...ele trouxe todos meus débitos de outras encarnações para essa. Isso é carma!


sábado, abril 07, 2007


Ontem minha família aumentou...
Ganhei um lindo cachorrinho, o Thor Mello Demaman.
Ele é muito, muito fofo...estou adaptando ele com o maninho, o Hermes... Espero que eles se entendam legal.
Esse final-de-semana quero curtir muito minha família...
Smackkkkkkk

quarta-feira, abril 04, 2007


O MENINO E A BORBOLETA ENCANTADA


Na madrugada do dia 31/3 meu avô faleceu. Há muitos meses ele estava acorrentado em uma cama de hospital... Finalmente sua alma pode sair livremente por aí... a procura de alguma aventura, como tantas que ele vivenciou. Também vivi muitas aventuras com ele, muitas dessas foram relatadas por ele... Adorava chegar na sua casa, sentar num banquinho qualquer e ouvir aquele homem sábio, falar de coisas imensas, múmias, faraós, Egito, Grécia, falar das plantas, dos animais, do dia-a-dia. Tudo ficava tão especial quando falado por ele. Algumas coisas ele vivenciou "ao vivo e a cores" outras leu, e com isso aprendi a amar os livros.

E não por coincidência no mês passado, o Rubem Alves escreveu um conto maravilhoso, que na primeira leitura já me fez lembrar do meu avô. Quando li o texto, pensei: "Puxa, o Rubem escreveu a minha relação com o meu avô!" Demais! Quero pedir licença a todos e ao Rubem para me "adonar" deste texto - que foi feito prá nós dois - e postá-lo aqui. Leiam com carinho, porque é com muito carinho que coloco aqui...



Mil e uma noites haviam se passado desde que o Pássaro Encantado partira. Então ele voltou. Era madrugada. A menina o viu tão logo a luz alegre do Sol fez brilhar as suas penas. Ela o estava esperando. Os apaixonados esperam sempre...Ah! Como foi bom aquele abraço de saudade! Desta vez as penas estavam coloridas com as cores das florestas sobre as quais voara. O Pássaro Encantado pôs-se então a cantar os seres das matas, árvores, orquídeas, regatos, cachoeiras, elfos e gnomos... A Menina não se cansava de ouvir. Ouvia e pedia que ele contasse de novo as mesmas estórias, do mesmo jeito. E assim viviam os dois, se amando por dias e dias.
Mas sempre chegava o momento em que o Pássaro dizia: “Menina, o vôo me chama. Preciso partir. É preciso partir para o nosso amor não ter fim. O amor precisa de saudade para viver...” A Menina chorava baixinho, mas compreendia. E assim o amor acontecia entre partidas e retornos.
As asas do Pássaro pareciam incansáveis. Estavam sempre à procura de lugares desconhecidos. Ele já visitara montanhas encantadas, planícies geladas, lagos, rios, abismos, castelos, uma cidade na divisa entre a realidade e a fantasia, um reino onde era proibido estar triste, lugares sagrados, vulcões, o país dos dragões verdes e dos gigantes amarelos, jardins, selvas verdes, mares azuis, praias brancas... Sobre todos esses lugares ele lhe contara estórias. A Menina não tinha asas. Mas ela voava nas estórias que o Pássaro lhe contava.
Mas os anos foram se passando. O Pássaro envelheceu. Suas asas já não eram as mesmas da juventude. E também os seus sonhos já não eram os sonhos da mocidade. Deseja-se partir quando é manhã. Mas quando o sol se põe o que se deseja é voltar. E assim um desejo novo surgiu no coração do Pássaro crepuscular: voltar...
O Sol acabara de se pôr. Vênus brilhava no horizonte. Foi então que a Menina o viu. Suas penas pareciam incendiadas pelo Sol. Depois do abraço ele disse para a Menina algo que nunca lhe dissera antes: “Menina, conte-me as estórias da minha ausência...” E foi assim que, pela primeira vez, o Pássaro se calou e a Menina lhe contou estórias.
Por muitos dias o Pássaro e a Menina gozaram do seu amor. Mas o Pássaro já não era o mesmo. Algo acontecera com os seus olhos. Já não procuravam horizontes longínquos. Eles olhavam as coisas simples que havia na sua casa, coisas que sempre estiveram lá, mas que ele nunca havia visto. Não vira porque o seu coração estava em outro lugar.
É o coração que nos diz o que é para ser visto.
Aconteceu então, num dia como os outros, o Pássaro abraçou a Menina e sentiu, nas costas dela, algo que nunca sentira. “Menina, o que é isso?”, ele perguntou. Ela enrubesceu e respondeu: “Asas, pequenas asas... Estão crescendo nas minhas costas...” E para que ele as visse baixou sua blusa. E ele viu. Sim, pequenas asas, delicadas asas, asas de borboleta, coloridas, diáfanas, frágeis... E ele percebeu que a Menina se preparava para voar. Sua Menina se transformara numa borboleta...
O Pássaro sorriu uma mistura de alegria e de tristeza. Sentiu um leve tremor nos lábios, aquele mesmo tremor nos lábios que vira nos lábios da Menina a primeira vez que lhe dissera: “Eu quero partir...” Chegara a hora em que ela partiria e ele ficaria. Ele seria, então, aquele que esperaria. Como é dolorido ficar! A solidão de quem fica é maior que a solidão de quem parte! Quem parte vai para mundos novos, cheios de maravilhas desconhecidas. Quem fica, fica num espaço vazio, de objetos velhos, esperando, esperando, contando os dias.
O momento da despedida chegou. A Menina, flutuando com suas grandes asas de borboleta, disse ao Pássaro: “Preciso partir...”
O Pássaro teve vontade de chorar. Queria lhe dizer "Não vá. Eu a amo tanto”. Mas não disse. Lembrou-se de que essas haviam sido as palavras que a Menina lhe dissera a primeira vez. O Pássaro temia por ela. Suas asas eram tão frágeis, asas de borboleta que quebram-se a toa. Queria estar com ela para consolá-la na solidão e no cansaço. Mas não fez gesto algum. Ele sabia que os abraços que não se abrem são mortais para o amor.
Estendeu a sua mão num gesto de despedida. A Borboleta voou e nela pousou. Ele se aproximou dela, como se fosse beijá-la. Mas não beijou. Apenas soprou suas asas suavemente. “Voa, minha linda Borboleta”, ele disse, se despedindo. A Borboleta bateu suas asas, voou e desapareceu na distancia.
Então, ao olhar de novo para si mesmo ele não se reconheceu. Já não era o Pássaro Encantado de penas coloridas. Transformara-se num Menino... Um Menino que esperava a volta da Borboleta Encantada. Então ele voaria nas asas das estórias que ela haveria de lhe contar...
Rubem Alves