Segundo Weber a dominação pode fundar-se em diversos motivos de submissão, tais como, interesses e vantagens por parte de quem obedece, costume, hábito, tradição ou então por puro afeto. Vejamos os três tipos puros de dominação:
Dominação Legal: essa se dá a partir de um estatuto, regra, lei ou regulamento. Aquele que ordena é o “superior”, cujo direito de mando está legitimado por uma regra estatuída. O dever de obediência está graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação de inferiores aos superiores, sem a menor influência de motivos pessoais e sem influências sentimentais de espécie alguma. Seu tipo puro é da dominação burocrática.
Vemos esse tipo de dominação nas Escolas, onde os professores são concursados, porém, pode haver influências de motivos pessoais e sentimentais, pois algumas vezes formam-se as relações de “compadres” entre os profissionais e são oferecidas vantagens a alguns, enquanto outros, têm que seguir rigidamente o estatuto da instituição. Isso ocorre também na relação professor/aluno, quando ele ameaça seus alunos através das notas, das avaliações.
Situação Poder/Hierarquia - Certa vez entrei em desacordo com uma vice-diretora, tínhamos visões bem diferentes quanto ao ensino/aprendizagem, e a educação em geral. Então ela me chamou na “sua” sala, fechou a porta e disse: “olha, acho bom tu não questionares muito, afinal de contas tu estás no estágio probatório. Isso pode te prejudicar muito”.
Dominação Tradicional: ocorre em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais. Quem ordena é o “senhor”, e os que obedecem são seus “súditos”. O conteúdo das ordens está fixado na tradição. Seu tipo puro é da dominação patriarcal. O quadro administrativo consta de dependentes pessoais do “senhor” (nepotismo) ou pessoas que estejam ligadas por vínculo de fidelidade, por exemplo, CC (Cargo de Confiança). Ou ainda as dominações religiosas, nas igrejas, templos, etc.
Situação Ser/Estar - Percebe-se esse tipo de dominação na escola, quando a criança ou até mesmo os adultos da EJA, vêem o professor como o “detentor do saber”, e existem muitos professores que “investem” nessa imagem.
Dominação Carismática: em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e seus dotes sobrenaturais (carisma), revelações ou heroísmo, poder intelectual ou oratória. O tipo que manda é o “líder”, o que obedece é o “apóstolo”. O quadro administrativo é escolhido segundo carisma e vocações pessoais, e não devido à sua qualificação profissional, à sua posição ou à sua dependência pessoal.
Temos um exemplo histórico, os sofistas, esses homens usavam seus poderes intelectuais e de oratória para ludibriar o povo, ganhar dinheiro. Talvez daí, tenha se originado muitos dos políticos atuais, a maioria deles são demagogos, com sua conversa pomposa, suas promessas de vidas melhores, seus pequenos favores, seu assistencialismo que alimenta o sonho do povo.
A mídia todos os dias cria e destrói líderes carismáticos, a Globo, a cada nova novela das oito, modela uma nova heroína, que venderá a “vida perfeita”, o cabelo perfeito, a roupa certa, o estilo de vida ideal. O país onde o ideal seria ao menos ter comida no prato todos os dias, fica ali absorvido pelo seu carisma e seus “quilos” de maquiagem, que foram substituídos pelos quilinhos “extras”, através de lipoesculturas e dietas moderníssimas, enquanto o povo passa fome.
Ainda vemos esse tipo de dominação nas instituições de ensino, quando o professor aproveita a afetividade dos alunos para dominá-los e assim manter o poder sobre a situação. Ou quando os professores tentam bajular os colegas e a equipe diretiva para assim terem regalias.