quarta-feira, abril 21, 2010

Contando histórias


Aproveitando o oportuno comentário da tutora Maura, faço uma reflexão sobre o meu estágio que está disponível no Pbwork, para os colegas que quiserem ler.
Deixo aqui a dica de leitura para todos do livro Catando Piolho, Contando Histórias, de Daniel Munduruku. E para os que desejarem segue o link para baixar o audiobook. Um excelente contador de histórias.

terça-feira, abril 13, 2010

Invisíveis



Lembro de uma placa em uma obra municipal há muitos anos, dizia algo parecido com: Estamos investindo onde você não vê. Tratava-se da ampliação da rede de água e esgoto. Por estar escondida dos olhos da população tal obra poderia passar despercebida. Investimento público tem que aparecer. Quanto mais vistoso melhor. Por isso, que muitos governantes gostam tanto de inaugurar estradas e viadutos. Investir em saúde e educação não dá tanta mídia. Poderíamos até dizer que não investir na segurança possa ser um pouco mais complicado, não por dar manchetes no jornal, mas por poder afetar o interesse de cidadãos de bem (leia-se cidadãos de bens). Quanto à saúde e educação, quem utiliza o SUS? Quem estuda em escolas públicas? A população que mais necessita desses serviços tem dificuldade até de saber quem deveria zelar por eles. É de responsabilidade do município, do estado ou da união? Governantes valem-se desta dúvida para empurrar a culpa a outrem.
Sempre houve filas nas portas de hospitais e postos de saúde. A população sempre morreu de causas nem tão desconhecidas assim: falta de atendimento médico, por exemplo. Filas de espera por cirurgias não aparecem, não são notadas. Ninguém quer precisar de médicos mesmo. A saúde? Vai bem, obrigado!
Um anúncio de aumento do salário dos professores cai bem nos ouvidos da massa, mesmo que o aumento seja insignificante e parcelado. Afinal, somente o magistério sabe há quanto tempo está sem ter os seus salários reajustados. Alunos continuam a serem matriculados, a freqüentarem as aulas, a se formarem. Quem está interessado na qualidade do ensino? Aqueles que se importam procuram complementar os estudos dos seus filhos do jeito que podem, a grande maioria dá graças a Deus que conseguiram o diploma de conclusão. Aprender nunca se aprendeu mesmo. O importante é o reconhecimento, quer seja num diploma vazio ou em um anúncio estrondoso maior que a realidade no contra cheque.
Na conjuntura mundial, estar empregado é tão importante quanto o salário que se ganha. Sempre existiram profissionais para trabalhar no lugar dos descontentes. O que não se vê é o impacto que o descaso causa nas pessoas. Quantos professores você conhece que tomam Fluoxetina? Como vai a qualidade de nosso ensino? Certamente há estudos que comprovam que tudo vai bem. Nunca falta dinheiro para gerar quadros estatísticos. Os professores é que são loucos, é por isso que tomam antidepressivos. Se nosso país vai bem com tanta roubalheira, com tanto abandono, com todo este mau gerenciamento, imagine como não estaríamos com o governo investindo massivamente em educação. Nossos profissionais em educação mostram toda sua competência tendo que enfrentar tanto mau tempo pela frente. Mesmo sendo invisíveis na maioria das vezes, sempre haverá um professor que será lembrado por seus alunos.

quinta-feira, abril 08, 2010

Quem cuidará de nossas crianças?




Quando vejo o desempenho de alguns alunos fico pensando se não há algo errado. Quanta dificuldade. Muitas herdadas, o
utras passadas adiante, outras ignoradas. Alunos chegando a um terceiro ano, sem saber ler ou escrever. E, em nome de programas governamentais são “incentivados” a passarem de ano. Crianças com problemas comportamentais sérios. Mal educadas em todos os sentidos. Desinteressadas e criadas com desleixo. Parece que não existem mais pais, que os professores desistiram de acreditar na educação transformadora, que os educadores acham que a responsabilidade é dos governantes. Vivemos uma nova era. A informática facilitou muita coisa, e parece que não a aproveitamos. Os jogos eletrônicos deveriam servir para desenvolver o raciocínio, o aprendizado, a lógica e percepção dos jovens e crianças. Mas o que vemos é o incentivo a violência, o ócio, a indolência, o isolamento. Os “torpedos”, as salas de chat, os jogos em grupo pela rede, em vez de incentivarem a escrever e ler, tornam-se portas para os vícios de escrita e linguagem. A televisão emburrece, o apelo sexual é mais forte que o educacional. Culpa dos nossos filhos, ou dos pais que criam os hábitos que vão ser copiados. Hoje em dia não existe mais a desculpa de que não se lê porque os livros são caros. Continuam caros sim, mas se gasta mais tomando cerveja num final de semana, do que comprando um livro que pode passar de mão em mão. Tem mais gente nas filas de cinema que nas bibliotecas. Pais que são vistos lendo certamente incentivam os filhos a leitura. Mas no final das contas quem é o culpado? A pergunta aqui deveria ser outra: - Como vamos encontrar uma solução? Os pais devem ser chamados a participarem da educação de seus filhos, partindo de sua própria. O simples ato de desligar a televisão por uma hora e dedicarem-se a leitura de um livro incentiva a criança a aprender a ler. Desperta a curiosidade do jovem. Por que se pode ter prazer com um bom livro? Certas coisas deveriam vir de berço. Ensinar a respeitar os outros, a ser gentil, a cuidar de sua higiene, a ser civilizado, a conservar o patrimônio público e alheio, a não matar, não roubar, não soquear os colegas. E todos tantos outros "NÃOS", que são necessários à nossa educação, impor limites também é educar. "Quem ama educa!" E quem educa também deveria aprender a amar um pouco mais. Aprender com a incapacidade de uma sociedade de educar seus filhos e tentar dar o melhor de si. Mesmo sabendo que talvez, nem pais, muito menos nossos governantes estejam interessados nisso.