Dados de Identificação:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Curso: Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Disciplina: Escola, Cultura e Sociedade e Escola, PPP e Currículo - A
Número da Atividade: 1
Pólo: Alvorada
Prof.ª Maria Martha Dalpiaz
Prof.ª Vera Corazza
Eu sou a Chaine, nascida e criada em Porto Alegre. Filha mais velha de uma prole de dois, talvez por isso sempre achasse importante dar exemplo, e de preferência exemplos bons. Minha família é pequena, desde cedo aprendi a cuidar de mim e dela. Minha mãe é muito mais do que uma mãe é uma super-mãe. Mulher guerreira, sempre batalhou pra dar aos filhos aquilo que não pode ter, entre uma das coisas está à educação, um diploma de um curso superior; muito mais do que isso criou filhos que se espelham nela e por isso procuram sempre ser pessoas melhores. Desde criança sempre adorei brincar de aulinha, material escolar sempre foi meu brinquedo favorito, pra desespero da minha mãe e faceirice da vassoura, vivia picotando (palavra de minha mãe), porém com essa criatividade toda, cada dia queria ser uma coisa, daí veio a idéia de ser atriz, e essa idéia ficou por muito tempo. Aos 14 anos, quando iria cursar o antigo segundo grau, minha mãe veio com uma conversa (Por que tu não fazes magistério, Chaine?). E, eu que estava no auge de minha rebeldia dizia aos quatro ventos “odiar criancinhas”...Tudo mentira e falta de auto-conhecimento. Até porque nessa época eu vivia enfiada na escola que estuda no turno oposto, auxiliando as professoras do currículo. Eu era uma “profê” e não sabia. Conversa vai conversa vem, acabei entrando no curso só pra ver se era bom, e me apaixonei de vez. Uma paixão arrebatadora que não tem como fugir. Aos 18 anos fiz meu estágio, foi difícil, não pela turma, apesar de antes de eu chegar ela era considerada a “pior” da escola. Mas com as crianças foi tranqüilo, elas só queriam ser ouvidas, o problema eram as professoras e a escola, parece que elas tinham certo de preconceito com as estágiarias. Sofri bastante, chorei, junto com isso tive algumas perdas na minha vida pessoal, e isso abalou bastante, mas nunca pensei em desistir. Pelo contrário, quando estava em casa chorava, revivia meus problemas, mas ao chegar na escola tudo mudava, era como estar em outra dimensão. Isso marcou muito a minha vida e me deu mais incentivo, porque vi que ali era o meu lugar.
Depois de formada fiquei muito tempo longe das crianças, trabalhei em outras coisas, e em 2000 prestei concurso público pra rede estadual. No dia 18/03/2001, recebi um telefone convocando-me a trabalhar em sala de aula. E no dia 29/03/2001, o dia que completei 21 anos tive meu melhor e mais esperado presente, estava em sala de aula e era A Professora. Comecei a lecionar na Escola Stella Maris. Lá eu aprendi muito, conheci pessoas maravilhosas, que mudaram minha vida, que me ajudaram,pessoas em que eu me inspiro até hoje e outras que percebo que não quero ser igual, me descobri como profissional, cresci enquanto ser humano. Porém no ano de 2004 troquei de escola, fui trabalhar no Jango.
Ser professora pra mim é acreditar na transformação,valorizar o ser humano, apostar na criança como um canal aberto e receptivo para o novo, apreciar a troca. Ser professor hoje é apesar de ser desvalorizado é valorizar cada individuo como um ser único, é tentar desenvolver ética, democracia, auto-estima, senso-crítico, e tantas outras coisas que são deixadas de lado pela mídia e por aqueles que detêm o poder. Por isso nossos barcos são fortes, porque remamos contra a maré... Isso não é divulgado quando vamos a procura de um diploma de licenciatura, mas temos que optar, em que tipo de profissionais vamos ser, aqueles que apesar da fadiga vão sempre continuar remando contra a maré ou aqueles que logo nas primeiras tentativas frustradas vão se deixar levar pela onda. Os descobridores dos sete mares ou aqueles que morrem na beira do mar?
Por isso a desvalorização. Há toda uma omissão de nosso papel, querem que pensemos que não somos capazes de mudar e de remar...
Tenho ousadia para ir atrás dos meus sonhos, dizer não, dar a cara à tapa pelo que acredito, todos os dias perceber que tenho muito tempo pra mudar aquilo que não está certo e coragem pra isso.
Tenho medo das conseqüências de todos os atos e ações que os seres humanos praticaram contra a natureza e que agora nós estamos sofrendo as reações, tenho medo da rotina, medo da violência e das injustiças, medo dos rumos que a política e o poder estão tomando no nosso país.
Quero dialogar sobre a vida, educação, ética, frustrações do dia-a-dia do professor, projetos que deram certo, idéias novas, trocar muito, e atividades como essa, foi tão bom visitar os blogs e saber um pouco da caminhada de nossos colegas.
P.S.: Esqueci de falar das minhas outras paixões...além de lecionar, da minha família, sou apaixonada pelo meu Mau, meu marinado (isso, uma mistura gostosa de marido com namorado), amo meu Hermes (meu cocker lindo!!!), amo a cor lilás (a minha cor), amo borboletas (o meu animal totem), sou amante das artes, adoro teatro, mpb (Simone, Elis, Marisa, Zélia, Adriana, Ed, Cazuza, Djavan) pipoca, cheiro de terra molhada, andar de pés descalços na grama, sol, pôr-do-sol, estrelas, maquiagem, tatoos, gosto de misticismo, de Caio Fernando Abreu, Oscar Wilde, de Matheus Nathergale, do ABBA, do Queen. Sou assim um pouquinho de tudo...Uma misturinha do bem!