quarta-feira, setembro 02, 2009

Avaliações

No semestre anterior tive grandes vivências dentro e fora dos muros da escola. Nem todas as experiências foram agradáveis, mas com certeza todas contribuíram para o meu crescimento. As decepções também fazem parte da vida. Iniciei o semestre não concordando com a metodologia, os temas e o modo de sua abordagem na disciplina de Questões Étnico-Raciais. Minhas inquietações foram colocadas nos trabalhos, no blogger, nos e-mails, nas trocas interpessoais, enfim e em todos os meios que o PEAD nos oferece. Meus argumentos foram elaborados e expostos de maneira a levar ao diálogo. Como resultado final, ganhei um B. Não estou aqui contestando a nota, mas a maneira com que foi dada. Como achar que tal avaliação foi justa, quando a minha dedicação e busca pela construção do conhecimento foi marcada por uma produção escrita que, a meu ver, superou ao que foi pedido. E também a realização de um projeto, cujas atividades saíram do âmbito escola e universidade. Uma boa dosada relação entre teoria e prática. Mas como retorno, obtenho uma nota que destoa com o esforço empreendido. O que posso tirar como conclusão é que ao invés de não concordar com as idéias apresentadas, e o modo como são apresentadas, devo sorrir cinicamente, dizer amém e elogiar as minhas avaliadoras. É esta a atitude que vejo como sendo a mais salutar e mais “lucrativa”, afinal vivemos numa sociedade onde o que importa é o resultado final e tenho que concordar que um conceito A é sempre melhor que um conceito B.
Felizmente não penso desta forma, onde os fins justificam os meios. Maquiavel não é o meu mestre. Portanto me avaliem como quiserem! Saí ganhando sim, pois aprendi a melhorar meus argumentos, a embasá-los e o mais importante: transformar a teoria em uma realidade ao alcance de nossos alunos. Disciplinas como a de Filosofia, Psicologia e a do Seminário Integrador, suas professoras e a abordagem do conteúdo, contribuíram para enriquecer a minha prática pedagógica. Não é uma questão de ter ido ou não com a “cara” da disciplina e seus educadores, e sim, uma questão de avaliação do aluno em relação à disciplina. Talvez eu esteja sendo tão injusta quanto me sinto injustiçada, mas fica aqui meu desabafo e a lição aprendida: até quando é preferível dizer “amém” e garantir a nota?

2 comentários:

  1. Olá Chaine !
    Por algum problema tecnológico a Bia não conseguiu postar comentários aqui no teu Blog, por isto estou publicando o comentário dela aqui para você:
    " Chaine querida!
    Foi emocionada que assisti ao teu slide show e li tuas tão acertadas considerações. E quero te responder a questão com que encerras teu post: "até quando é preferível dizer “amém” e garantir a nota?"
    Até nunca. Não digamos amém a quem nós mesmas não podemos considerar como excelência em Educação. Entendamos que para certos "responsáveis por disciplina" a concordância, (mesmo que não verdadeira) a, digamos, procura em ser "solícito" é mais importante do que o aprendizado a partir do questionamento, do debate de idéias, da discordância inicial. Nem todos têm a qualidade e vivência de algumas de nossas mestras que nos possibilitam um caminho baseado na procura de evidências, na defesa de argumentos e consequentemente, numa aprendizagem questionadora, rica e produtiva. Isso, Chaine, leva tempo. Parece incoerente, não é? Enquanto somos levadas a questionar, nos expormos, defendermos nossas idéias, compartilhar...por outro lado...temos a incompletude de quem não enxerga, por exemplo, a bela construção feita através da teoria e da prática de uma aluna. Minha mãe (novamente ela! Quantas coisas ela me deixou como legado...rs) diria "esse é um legítimo tapa com luvas de pelica". Que orgulho de ter tido a possibilidade de ler teu belo trabalho, de acompanhar tua construção, de ver parte do resultado através de teus alunos... Chaine, encerraremos este curso e não nos pintaremos de índio no dia 19 de abril, nem mostraremos aos nossos alunos que é mais fácil "baixar a cabeça e acatar, simplesmente". Encerraremos esta etapa com a certeza de que continuaremos trilhando um caminho não de A ou B, ou C... mas um caminho ético, de respeito e, quiçá, também de compreensão com aqueles que , infelizmente, não compreendem ainda o que são, muito menos o que poderiam ser. Avante amiga! O retorno de teus alunos e familiares, de tuas amigas é a resposta que mereces. "
    Abraços !
    Bia Guterres e Kátia Diehl.

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  2. Olá Chaine!
    Concordo com o comentário das gurias e faço minhas as palavras delas.Digo mais:teu B vale muito mais que um A ,pela riqueza de evidências,argumentos e questionamentos que registraste no texto que justificava tuas considerações em relação à interdisciplina que mencionas.Parabéns pela competência!
    beijos,Luciene

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