Em nossas vidas, muitas vezes somos obrigados a defender ideias que nem sempre condizem com o nosso modo de pensar, porém a situação e o meio nos levam a tomarmos decisões que nos forçam a utilizar uma boa dose de empatia. Felizmente nunca fui obrigada a ir contra os meus princípios éticos e morais, o que não impede de argumentar em prol de idéias das quais não compartilho. Existem inúmeros casos onde tais princípios são quebrados: advogados de maus clientes, professores de escolas particulares que são obrigados a seguir a ideologia da escola mesmo não concordando. E assim existem vários outros exemplos. Na realização da atividade proposta na interdisciplina de Filosofia da Educação fui levada a argumentar a favor de uma idéia com a qual não concordei. Foi proposto o seguinte trabalho “O seu grupo será responsável por DEFENDER a decisão do antropólogo. Então vocês precisarão criar até 3 argumentos JUSTIFICANDO a decisão dele.” Tive que ser então o que chamamos de advogado de diabo, ou no caso em questão advogada do antropólogo. Segue abaixo o texto do antropólogo e minha argumentação.
O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pela cultura do avaliador.
Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago. Estes, contudo, possuem uma crença que testa a determinação do antropólogo: os nativos acreditam que os mensageiros dos deuses são homens de pele branca, seres que expressam a vontade absoluta dos deuses – tudo o que disserem deverá ser obedecido. O teste ocorre na pergunta que eles lhe fazem: “você tem a pele branca, então você é um mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
O antropólogo, fiel aos seus princípios, mente: “sim, eu sou o mensageiro dos deuses”. Mas então surge uma pergunta ainda mais difícil: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
Claude reflete: se responder positivamente estará deixando os nativos vulneráveis aos seus conterrâneos inescrupulosos que fatalmente descobrirão a ilha. Mesmo assim, responde de acordo com a cultura dos nativos: “sim, todos os homens brancos são mensageiros dos deuses”.
O dilema do antropólogo francês
Claude Lee, antropólogo francês, acaba de chegar numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas?O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pela cultura do avaliador.
Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago. Estes, contudo, possuem uma crença que testa a determinação do antropólogo: os nativos acreditam que os mensageiros dos deuses são homens de pele branca, seres que expressam a vontade absoluta dos deuses – tudo o que disserem deverá ser obedecido. O teste ocorre na pergunta que eles lhe fazem: “você tem a pele branca, então você é um mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
O antropólogo, fiel aos seus princípios, mente: “sim, eu sou o mensageiro dos deuses”. Mas então surge uma pergunta ainda mais difícil: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?”
Claude reflete: se responder positivamente estará deixando os nativos vulneráveis aos seus conterrâneos inescrupulosos que fatalmente descobrirão a ilha. Mesmo assim, responde de acordo com a cultura dos nativos: “sim, todos os homens brancos são mensageiros dos deuses”.
Minha argumentação:
Ao fazer sua escolha de não intervir na cultura dos nativos da ilha, o antropólogo não deve prepará-los para um possível contato com outros brancos iguais a ele. Se assim o fizesse estaria interferindo. Deixar aos nativos a escolha de tratá-lo ou não, como um mensageiro dos deuses, seria a melhor maneira de não deixar a sua cultura prevalecer sobre a deles. O problema ético do mau uso que outros brancos poderiam ou não fazer desta escolha não lhe pertenceria. Ao fazer isso estaria interferindo, fazendo um prejulgamento do que seria certo ou errado. Se sua intenção não era contrapor sua cultura com a dos nativos nada poderia
Esta é a Chaine que eu conheço!!!! :-)
ResponderExcluirBom final de semana.Beijos,Luciene