Neste final de semana fiz, juntamente com outros colegas da UFRGS, principalmente acadêmicos do curso de história, uma Visitação Histórica a cidade de Mostardas. A parte que mais me interessou foi nossa ida ao Quilombo de Casca. Há muito que me interesso pelo tema e pude enriquecer meus conhecimentos, embora tenha ficado com “um gostinho de quero mais”, a experiência foi gratificante. Procurarei neste breve relato sintetizar um pouco da fala de Nilza, quilombola e artesã, que tão gentilmente nos acolheu e contou um pouco sobre sua comunidade.
Não vou procurar me ater muito à história propriamente dita do quilombo, pois os dados que coletamos estão muito bem registrados no seu site. Minha fala procurará dar ênfase ao relato de Nilza contando como o quilombo é visto pelos próprios quilombolas.
Uma das primeiras perguntas que lhe dirigiram é o porquê do nome de Quilombo de Casca. Segundo ela teria vindo dos morros de cascas, os sambaquis. Por muito tempo nem sabiam o que era um sambaqui. Depois descobriram que os sambaquis eram depósitos construídos pelo homem constituídos por materiais orgânicos, restos de peixes, conchas, etc. Em cima do qual os índios do litoral habitavam e enterravam seus mortos. Esses verdadeiros morros de conchas foram depredados em sua maioria para a retirada do calcário, muito utilizado em construções.
Segundo Nilza, a história da formação do quilombo não era ensinada na escola e pouco comentada no seio da comunidade. Muitos deles queriam até mesmo esquecer este passado. Alguns deles nem ao menos se consideravam negros, classificando-se como morenos. Tratava-se de querer esquecer sua origem. Hoje em dia, eles têm um bom professor de história que tenta resgatar as memórias do quilombo e sua cultura. Com o passar do tempo voltaram a se considerarem negros, mas ainda não há aquele orgulho de ser negro, de ser quilombola. Pela sua fala estes valores estão novamente sendo recuperados e estão tomando consciência de sua importância, algo há muito esquecido e reprimido.
“Agora com um presidente negro pode ser que isso mude que eles se assumam e lutem” – Nilza, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos da América, Barak Obahma.
Analisando as falas de Nilza e de outros quilombolas me parece que foi preciso uma presença externa para resgatar os seus valores internos. Viveram um período de esquecimento e perda de identidade, querendo apagar o passado de sofrimentos e humilhações que seus antepassados sofreram. De sua cultura nada restou além do Terno de Reis. Mas a dignidade de ser um quilombola está sendo construída, ou reconstruída, aos poucos. Passou o período de esquecer, chegou o tempo de lembrar um passado e passar a ter orgulho dele. Recuperar uma cultura talvez leve tanto tempo quanto levou para esquecê-la. Dos muitos exemplos externos é interessante que o orgulho de verem um presidente negro eleito também lhes ajude a reconhecerem o seu próprio potencial e a origem comum da diáspora negra.
Não vou procurar me ater muito à história propriamente dita do quilombo, pois os dados que coletamos estão muito bem registrados no seu site. Minha fala procurará dar ênfase ao relato de Nilza contando como o quilombo é visto pelos próprios quilombolas.
Uma das primeiras perguntas que lhe dirigiram é o porquê do nome de Quilombo de Casca. Segundo ela teria vindo dos morros de cascas, os sambaquis. Por muito tempo nem sabiam o que era um sambaqui. Depois descobriram que os sambaquis eram depósitos construídos pelo homem constituídos por materiais orgânicos, restos de peixes, conchas, etc. Em cima do qual os índios do litoral habitavam e enterravam seus mortos. Esses verdadeiros morros de conchas foram depredados em sua maioria para a retirada do calcário, muito utilizado em construções.
Segundo Nilza, a história da formação do quilombo não era ensinada na escola e pouco comentada no seio da comunidade. Muitos deles queriam até mesmo esquecer este passado. Alguns deles nem ao menos se consideravam negros, classificando-se como morenos. Tratava-se de querer esquecer sua origem. Hoje em dia, eles têm um bom professor de história que tenta resgatar as memórias do quilombo e sua cultura. Com o passar do tempo voltaram a se considerarem negros, mas ainda não há aquele orgulho de ser negro, de ser quilombola. Pela sua fala estes valores estão novamente sendo recuperados e estão tomando consciência de sua importância, algo há muito esquecido e reprimido.
“Agora com um presidente negro pode ser que isso mude que eles se assumam e lutem” – Nilza, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos da América, Barak Obahma.
Analisando as falas de Nilza e de outros quilombolas me parece que foi preciso uma presença externa para resgatar os seus valores internos. Viveram um período de esquecimento e perda de identidade, querendo apagar o passado de sofrimentos e humilhações que seus antepassados sofreram. De sua cultura nada restou além do Terno de Reis. Mas a dignidade de ser um quilombola está sendo construída, ou reconstruída, aos poucos. Passou o período de esquecer, chegou o tempo de lembrar um passado e passar a ter orgulho dele. Recuperar uma cultura talvez leve tanto tempo quanto levou para esquecê-la. Dos muitos exemplos externos é interessante que o orgulho de verem um presidente negro eleito também lhes ajude a reconhecerem o seu próprio potencial e a origem comum da diáspora negra.
Belesa parabens pelo trabalho naõ tive o praser de conhecer você Alceu gomes casca mostardas alceuchavesgones@hotmail.com
ResponderExcluir