Ao longo do curso, e de minha prática pedagógica, preocupei-me com as questões de discriminações raciais e como lidar com isto em sala de aula. Já havia refletido sobre o assunto algumas vezes aqui em meu blog. Agora em meu estágio ao trabalhar com a construção da identidade de meus alunos os mesmos velhos problemas vem à tona. Como trabalhar a questão étnico-racial num país onde a grande maioria tem vergonha de identificarem-se como negros ou índios? Valorizar a auto-estima de cada um independentemente de sua “pseudo raça”, cor ou religião continua sendo um desafio. E me sinto gratificada cada vez que ajudo a diminuir as diferenças, ou valorizá-las. O que seria do verde se todos gostassem do amarelo? Não gostaria de viver num mundo onde todos vestissem a mesma cor e lamento que tenha tantas pessoas “daltônicas” por aí.
Retiro um texto do livro Kulé Kulé, educação e identidade negra, editado pela Univerdade Federal de Alagoas, diz o parágrafo da página 14, escrito por Nilma Lino Gomes:
“Não é fácil construir uma identidade negra positive convivendo e vivendo num imaginário pedagógico que olha, vê e trata os negros e sua cultura de maneira desigual. Muitas vezes, os alunos e as alunas negras são vistas como “excluídos”, como alguém que, devido ao seu meio sociocultural e ao seu pertencimento étnico/racial, já carrega congenitamente alguma “dificuldade” de aprendizagem e uma tendência a “desvios” de comportamento, como rebeldia, indisciplina, agressividade e violência. Essas concepções e essas práticas pedagógicas, repletas de valores e representações negativas sobre o negro, resultam, muitas vezes, na introjeção do fracasso e na exteriorização do mesmo pelos alunos e alunas, expresso numa relação de animosidade com a escola e com o que muitos/as aluno/as introjetem o racismo e o preconceito racial.
Essa perspectiva, que prima pela exclusão e trata as diferenças como deficiências, transforma as desigualdades raciais, construídas o decorrer da história, nas relações políticas e sociais, em naturalizações. As desigualdades construídas socialmente passam a ser consideradas como características próprias do negro e da negra. Dessa maneira, um povo cuja história faz parte da nossa formação cultural, social e histórica, passa a ser visto através dos mais variados estereótipos. Ser negro torna-se um estigma. Se passarmos em revista vários currículos do ensino fundamental e médio, veremos que o negro, na maioria das vezes, é apresentado aos alunos e as alunas unicamente como escravo – sem passado, sem história – exercendo somente algumas influências na formação da sociedade brasileira. Numa outra face desse mesmo procedimento, o negro, quando liberto, é apresentado como marginal, desdobrando-se na figura do “malandro”. Essa postura reforça o estereótipo do não-lugar social imposto.”
Retiro um texto do livro Kulé Kulé, educação e identidade negra, editado pela Univerdade Federal de Alagoas, diz o parágrafo da página 14, escrito por Nilma Lino Gomes:
“Não é fácil construir uma identidade negra positive convivendo e vivendo num imaginário pedagógico que olha, vê e trata os negros e sua cultura de maneira desigual. Muitas vezes, os alunos e as alunas negras são vistas como “excluídos”, como alguém que, devido ao seu meio sociocultural e ao seu pertencimento étnico/racial, já carrega congenitamente alguma “dificuldade” de aprendizagem e uma tendência a “desvios” de comportamento, como rebeldia, indisciplina, agressividade e violência. Essas concepções e essas práticas pedagógicas, repletas de valores e representações negativas sobre o negro, resultam, muitas vezes, na introjeção do fracasso e na exteriorização do mesmo pelos alunos e alunas, expresso numa relação de animosidade com a escola e com o que muitos/as aluno/as introjetem o racismo e o preconceito racial.
Essa perspectiva, que prima pela exclusão e trata as diferenças como deficiências, transforma as desigualdades raciais, construídas o decorrer da história, nas relações políticas e sociais, em naturalizações. As desigualdades construídas socialmente passam a ser consideradas como características próprias do negro e da negra. Dessa maneira, um povo cuja história faz parte da nossa formação cultural, social e histórica, passa a ser visto através dos mais variados estereótipos. Ser negro torna-se um estigma. Se passarmos em revista vários currículos do ensino fundamental e médio, veremos que o negro, na maioria das vezes, é apresentado aos alunos e as alunas unicamente como escravo – sem passado, sem história – exercendo somente algumas influências na formação da sociedade brasileira. Numa outra face desse mesmo procedimento, o negro, quando liberto, é apresentado como marginal, desdobrando-se na figura do “malandro”. Essa postura reforça o estereótipo do não-lugar social imposto.”
Excelente Chaine! E o que retiras desse trecho? Qual a tua reflexão a partir dele? Bjs,Maura - tutora do SI
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