José tinha cinquenta e cinco anos. Nasceu em São Borja, ali vivia e havia de morrer. Homem simples do interior nunca saíra de seu rancho. Uma vez fora à capital, coisa linda de se ver, mas ficou perdido naquele mar de gente. Dava medo! - dizia aos vizinhos. Zé amava sua terra, mas ouvia falar do mundo e queria conhecê-lo. Não era nenhum guri, porém, coragem não lhe faltava, haveria de conseguir. Se qualquer piá podia, porque ele, índio velho e calejado pela vida não tentava? Estava prestes a terminar sua primeira grande viagem. Escolheu logo de cara dar um passo longo, nada de coisa de jardim de infância, que tamanho nunca lhe dera medo. Para quem nunca sequer deixara o estado, dar a volta ao mundo foi um feito e tanto. FIM, o primeiro de muitos, fechou o livro. Estava terminado, na capa destacava-se o título: A viagem ao mundo em 80 dias.
Esta história é fictícia, mas se repete todos os dias nas diversas salas da EJA espalhados por aí. Ainda existem muitos Josés querendo aprender a ler, almejando um mundo que até então lhes é vedado. A alfabetização é apenas a primeira “viagem” nos caminhos da aprendizagem. E ainda existem muitos viajantes e praias a serem descobertas, e é com o mesmo orgulho do Zé que faço parte deste processo.
Esta história é fictícia, mas se repete todos os dias nas diversas salas da EJA espalhados por aí. Ainda existem muitos Josés querendo aprender a ler, almejando um mundo que até então lhes é vedado. A alfabetização é apenas a primeira “viagem” nos caminhos da aprendizagem. E ainda existem muitos viajantes e praias a serem descobertas, e é com o mesmo orgulho do Zé que faço parte deste processo.
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