Neste final-de-semana estava lendo um livro da Martha Medeiros e encontrei uma crônica que fez reviver em mim a lembranças da última presencial de Psicologia da Vida Adulta, 03/9, e lembrou-me também uma colega, que fez questão de dizer que é vó, mas uma vó diferente daquelas que estávamos acostumados a encontrar por aí. A vovó moderninha em voga é a Elisabeth, deixo aqui minha homenagem não apenas para ela, mas para todas as "vovósuvas" do PEAD, incluindo a Íris que é uma vovó totalmente cibernética.
Vovó é uma uva
A palavra avó nos remete À infância, quando passávamos o domingo numa casa cheirando à comida, com toalhinhas de crochê decorando todos os ambientes e um quarto sempre na penumbra, com móveis de madeira maciça e uma enorme cadeira de balanço, onde cochilava a matriarca. Parece com a casa da sua avó também? Pois guarde esta imagem na lembrança, pois ela não se reproduzirá tão cedo. Já não se fazem mais avós como antigamente.
Os esteriótipos não são criados do nada: as avós eram assim mesmo, de cabelo branco e óculos pendurados no nariz. Toda família que se preze teve sua Dona Benta, e a imagem é tão forte que até hoje os comerciais de tevê insistem em caracterizar as vovós como senhoras idosas, rechonchudas, com aventais amarrados na cintura, cabelos presos num coque e aquele ar de quem não faz outra coisa na vida a não ser torta de amoras. E os avôs? Seja na televisão ou no rádio, todos têm voz de Papai Noel, enquanto que, na realidade, os avôs da nova era estão mais para Mick Jagger, que aliás, já tem um neto. Acorde: os avós de hoje não lembram mais das canções de ninar, mas sabem de cor a letra de Satisfaction.
Quer dizer que o lobo mau conseguiu engolir nossa vovozinha? As que usavam toquinha e tinham voz rouca foram papadas, sim, meus pêsames. Mas olhe agora, o que vemos? Avós de jeans, dirigindo jipes, cabelo pintado, óculos escuros. Avós que trabalham, que viajam, qu dão festas, que namoram. Avós que fazem lipo, aeróbica, jogam paddle e suspiram não pelo Lima Duarte, mas pelo Victor Fasano. Será que elas sabem pregar um botão? Não custa tentar, mas se a empreitada der errado, não complique. Ela terá o maior prazer em levar a netinha para comprar uma roupa nova no shoppin. E o almoço de domingo? Também mudou. As avós de hoje não andam dispostas a engordar nem um grama com macarronadas familiares e muito menos a quebras as garras vermelhas lavando panelas. Que tal um buffet frio, muita água mineral e salada de frutas? Combinado, ela entra com a água.
Netos e netas, não se sintam desamparados. As avós de hoje são muito mais participantes. Podem não lembrar direito das histórias de Gulliver, Pele de Asno ou O Gato de Botas, mas têm históriazs pessoais tão encantadoras quanto. São mais divertidas e menos preconceituosas. Têm mais saúde e disposição para enfrentar parques, teatrinhos, zoológicos. E o fato de buscarem a eterna juventude não lhes tirou um pingo do afeto que sentem pela terceira geração. Ao contrário: nunca vi tantas avós apaixonadas por seus netos. É um amor enorme, desinteressado, sem ônus do compromisso, só do prazer. Sempre foi assim, mas agora há um fator novo: hoje as mulheres têm menos filhos, e em conseqüência, menos netos. Antigamente a família era gigantesca, e não havia memória que chegasse para lembrar o nome de toda a criançada. Hoje são só dois ou três, dá até para providenciar um mini-hotelzinho em casa para hospedá-los no final-de-semana. Tem mais: o limite de idade para engravidar foi muito ampliado, e hoje uma mulher poder ser mãe e avó quase ao mesmo tempo, encurtando as diferenças entre uma e outra. Se por um lado estamos perdendo a imagem romântica da avó que cozinha, faz tricô e tem roseiras no quintal, por outro estamos ganhando uma avó bonitona, que tem o maior orgulho ao falar de nós para as amigas e que sempre estará disposta a nos dar um colo. Desde que esteja com uma roupa de microfibra, bem entendido.
O amor, que é o que interessa, não mudou. Mas mudaram as avós. Danuza Leão, Baby Consuelo, Constanza Pascolato e tantas outras mulheres que falam gírias, bebem cerveja e estão sempre prontas para uma novidade são avós tanto quanto as nossas saudosas velhinhas de casaquinho nos ombros. Vera Fischer, Betty Lago e tantas outras gatas desta geração também já têm filhos adolescentes que não tardaram a procriar. Passarão, como toda mulher, pela menopausa, pela osteoporose e por outros distúrbios da idade, mas certamente não aceitarão o papel de uma avó caseira, bordadeira e sem outra ambição que não seja cuidar dos netos. Sempre se disse que a avó era uma segunda mãe. Pois ela nunca esteve tão parecida com a primeira.
(Texto de Martha Medeiros, extraido do livro Topless – Porto Alegre/entre abril de 1995 e junho de 1997)
Isso é prova de que o mundo mudou assim como seus habitantes. Por isso, as crianças precisam de outra escola não? Qual seria uma sugestão tua?
ResponderExcluirUm abraço
Bea
Chaine..tudo bem? Estou com saudades de ti, danada! Apareça nem que seja por sinal de fumaça! rsrsrs Bjs
ResponderExcluirOi Chaine!
ResponderExcluirJá soube que estás com problemas no modem e tens utilizado lan house ,mas enviaremos as novidades para que fiques à par de tudo!Beijos,Lú
Beijocas!
ResponderExcluirOlá Chaine querida! Já estamos entrando na segunda quinzena do mês de outubro e nada de novidades, registros e evidências de aprendizagem? Te aguardamos ok?! Volto em breve! Um abraço, Daiane.
ResponderExcluirOi Chaine!
ResponderExcluirPassei para te deixar um grande beijo e dizer que o que falamos ao telefone está "de pé!" Até o pólo,Lú
Olá amigona.Tudo bem?Estou sentindo falta de fazermos alguma atividade para trocar idéias com você faz tempo que não trocamos figurinhas.Bem lendo teu texto lembrei que eu outro dia disse a meus filhos que não ficaria cuidando de netos que seria uma vó muito doidona,que vó do tempo da deles já passou,mas pensando no que Bea disse eu penso que talvez meus netos tenham professores preparados para esse novo tempo que estamos vivendo e que a cada dia surge uma nova mudança na tecnologia e a educação deverá avançar para esse novo tempo se não as avós se modernizam e a educação ficará parecidas com aquelas vovózinhas de óculos no nariz.Beijos.
ResponderExcluirOi Colega1
ResponderExcluirPassei para te dizer que adorei a entrevista de ontem eachei lindo o texto sobre as vovós e lembrei da minha que me criou. Senti ma dorzinha lá no fundo do coração. Realmente vovós são lindas de cabelinhos brancos e inesquecíveis.
Se prescisares de algo,visite meu blog ou email, ok?
Bjs Marion