Recentemente fiz um texto para participar do Fórum sobre Inclusão das crianças Portadoras de Necessidades Especiais, a partir desta e de outras discussões quero deixar aqui um pouco desta reflexão.
Inclusão? Estaremos incluindo ou excluindo? Numa escola onde cadeirantes não tem rampas de acesso, onde cegos não possuem material que possam ler, onde crianças com paralisia cerebral ficam apáticas disputando a atenção juntamente com outros tantos com problemas muitas vezes não diagnosticados e que em comum vão tendo repetências atrás de repetências. Como falar de inclusão sem as verdadeiras condições para receberem esses alunos? A lei ampara e prega a inclusão. Li a lei, li o fórum, li os textos e vi os vídeos. Olhei a realidade que me cerca e percebi que algo está errado. A Constituição Brasileira prega:
“salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (...)”
Talvez vocês se perguntem o que tem haver uma coisa com outra. O princípio é o mesmo, na lei todas as preocupações estão presentes e atendidas, mas o que vemos é uma sociedade tentando se adaptar a dura realidade. Os PNES lutam por seus direitos, como o trabalhador que tem que escolher entre o pão e a educação. Filhos de excluídos lutam pela inclusão. Os excluídos por cor, gênero ou origem lutam pela igualdade social. Vivemos numa sociedade desigual. A lei para os ricos não é a mesma para os pobres. E isto não é apenas um dito popular, está presente na mídia e com exemplos recentes. Diz a canção Cidadão, de Zé Ramalho:
“Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá,
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa pus, cimento
Ajudei a rebocar.
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente:
- Pai vou me matricular.
Mas me diz um cidadão:
- Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar.”
Pobre trabalhador, este não sabe que a Constituição lhe assegura um salário mínimo que lhe possibilita colocar sua filha numa boa escola pública, outro direito adquirido, O Estado é nosso grande pai. O Estado garante a inclusão, e se não está funcionando é por culpa de meia dúzia de professores revoltados que não querem se adaptar, estes educadores, que não tem sentimentos de solidariedade e não pensam em nossas crianças PNES. Será que é esse o problema da inclusão?
Todos têm os mesmos direitos, quer seja o filho do trabalhador, do desempregado, do viciado em crack, do índio, do branco, do negro, o cadeirante, o hiperativo, o cego, o surdo, o deficiente mental, o gay, o imigrante ou emigrante. Até mesmo os ricos têm direito a estudar na escola pública. A única diferença é que apesar da inclusão lhes ser garantida, sua permanência nem sempre será uma experiência “construtora” do saber.
Nossas discussões giram sempre em torno dos mesmos problemas, EDUCAÇÃO NÃO É PRIORIDADE, NEM NESTE, MUITO MENOS, NOS GOVERNOS ANTERIORES. Lendo o histórico das leis e políticas públicas que tratam da educação especial, vemos que muito pouco se avançou de fato nessa questão. E que toda e qualquer mudança só se deu a partir de muita pressão, principalmente pressão da opinião publica EXTERNA.
O Brasil é sem duvida um país de vanguarda, poderia citar vários exemplos, mas fico com um só: nós temos o sistema bancário mais avançado do mundo. Lição aprendida após anos lidando com uma inflação monstruosa. Seria interessante linkar todos as qualidades de nosso país, mas creio que esse não seja o momento, sei que para o Brasil realmente ser grande é preciso tratar da educação com seriedade e qualidade. A história da educação brasileira não me trás conforto, os problemas encontrados na educação especial é somente mais um deles. Estou cursando uma faculdade, onde algumas questões, que pensei que seriam melhor trabalhadas, são tratadas apenas com sentimentalismo. Entro num fórum, cujo principal objetivo é discutir as idéias e questões levantadas nos textos, e o que vejo são somente um desabafo de minhas colegas. Foram pouquíssimas as participações que discutiram os textos ou procuraram um embasamento teórico mais aprofundado. Se for pra desabafar não preciso freqüentar uma universidade, posso sair de minha escola e ficar conversando com minhas colegas de trabalho.
Vejo pessoas interessadas e preocupadas com a questão educacional, mas por outro lado fico triste em perceber que muitos acham que isso aqui é uma grande Disneylândia, ou uma Neverland, onde tudo é lindo e maravilhoso e que a inclusão é só uma questão de receber com amor e carinho nossas crianças.
Inclusão? Estaremos incluindo ou excluindo? Numa escola onde cadeirantes não tem rampas de acesso, onde cegos não possuem material que possam ler, onde crianças com paralisia cerebral ficam apáticas disputando a atenção juntamente com outros tantos com problemas muitas vezes não diagnosticados e que em comum vão tendo repetências atrás de repetências. Como falar de inclusão sem as verdadeiras condições para receberem esses alunos? A lei ampara e prega a inclusão. Li a lei, li o fórum, li os textos e vi os vídeos. Olhei a realidade que me cerca e percebi que algo está errado. A Constituição Brasileira prega:
“salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (...)”
Talvez vocês se perguntem o que tem haver uma coisa com outra. O princípio é o mesmo, na lei todas as preocupações estão presentes e atendidas, mas o que vemos é uma sociedade tentando se adaptar a dura realidade. Os PNES lutam por seus direitos, como o trabalhador que tem que escolher entre o pão e a educação. Filhos de excluídos lutam pela inclusão. Os excluídos por cor, gênero ou origem lutam pela igualdade social. Vivemos numa sociedade desigual. A lei para os ricos não é a mesma para os pobres. E isto não é apenas um dito popular, está presente na mídia e com exemplos recentes. Diz a canção Cidadão, de Zé Ramalho:
“Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá,
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa pus, cimento
Ajudei a rebocar.
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente:
- Pai vou me matricular.
Mas me diz um cidadão:
- Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar.”
Pobre trabalhador, este não sabe que a Constituição lhe assegura um salário mínimo que lhe possibilita colocar sua filha numa boa escola pública, outro direito adquirido, O Estado é nosso grande pai. O Estado garante a inclusão, e se não está funcionando é por culpa de meia dúzia de professores revoltados que não querem se adaptar, estes educadores, que não tem sentimentos de solidariedade e não pensam em nossas crianças PNES. Será que é esse o problema da inclusão?
Todos têm os mesmos direitos, quer seja o filho do trabalhador, do desempregado, do viciado em crack, do índio, do branco, do negro, o cadeirante, o hiperativo, o cego, o surdo, o deficiente mental, o gay, o imigrante ou emigrante. Até mesmo os ricos têm direito a estudar na escola pública. A única diferença é que apesar da inclusão lhes ser garantida, sua permanência nem sempre será uma experiência “construtora” do saber.
Nossas discussões giram sempre em torno dos mesmos problemas, EDUCAÇÃO NÃO É PRIORIDADE, NEM NESTE, MUITO MENOS, NOS GOVERNOS ANTERIORES. Lendo o histórico das leis e políticas públicas que tratam da educação especial, vemos que muito pouco se avançou de fato nessa questão. E que toda e qualquer mudança só se deu a partir de muita pressão, principalmente pressão da opinião publica EXTERNA.
O Brasil é sem duvida um país de vanguarda, poderia citar vários exemplos, mas fico com um só: nós temos o sistema bancário mais avançado do mundo. Lição aprendida após anos lidando com uma inflação monstruosa. Seria interessante linkar todos as qualidades de nosso país, mas creio que esse não seja o momento, sei que para o Brasil realmente ser grande é preciso tratar da educação com seriedade e qualidade. A história da educação brasileira não me trás conforto, os problemas encontrados na educação especial é somente mais um deles. Estou cursando uma faculdade, onde algumas questões, que pensei que seriam melhor trabalhadas, são tratadas apenas com sentimentalismo. Entro num fórum, cujo principal objetivo é discutir as idéias e questões levantadas nos textos, e o que vejo são somente um desabafo de minhas colegas. Foram pouquíssimas as participações que discutiram os textos ou procuraram um embasamento teórico mais aprofundado. Se for pra desabafar não preciso freqüentar uma universidade, posso sair de minha escola e ficar conversando com minhas colegas de trabalho.
Vejo pessoas interessadas e preocupadas com a questão educacional, mas por outro lado fico triste em perceber que muitos acham que isso aqui é uma grande Disneylândia, ou uma Neverland, onde tudo é lindo e maravilhoso e que a inclusão é só uma questão de receber com amor e carinho nossas crianças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário